15 milhões de jovens de 13 a 15 anos fumam cigarros eletrônicos, alerta OMS
- Jornalismo Portal NMT

- 7 de out
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Num cenário de retração da indústria do tabaco, os cigarros eletrônicos estão impulsionando uma “onda alarmante” de dependência de nicotina e atraindo milhões de menores. O alerta foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (6). Segundo a entidade, adolescentes têm até nove vezes mais probabilidade de aderir ao uso de vapes do que adultos e já somam cerca de 15 milhões de usuários entre 13 e 15 anos em todo o mundo.
O relatório divulgado pela OMS apresenta a primeira estimativa mundial sobre o consumo de cigarros eletrônicos. Mais de 100 milhões de pessoas usam vapes atualmente. Deste total, cerca de 86 milhões são adultos – a maioria residente em países de alta renda – e aproximadamente 15 milhões são adolescentes com idade entre 13 e 15 anos.
Para Etienne Krug, diretora de Determinantes, Promoção e Prevenção de Saúde da OMS, os cigarros eletrônicos “estão viciando crianças em nicotina mais cedo e arriscam sabotar décadas de progresso” na redução do consumo de produtos derivados do tabaco. “Eles são vendidos como redução de danos, mas, na verdade, alimentam uma nova onda de vício em nicotina”, afirmou.
A OMS acusou a indústria de cigarros eletrônicos de adotar estratégias agressivas para promover seus produtos entre jovens. O relatório aponta que as empresas utilizam campanhas publicitárias online e parcerias com influenciadores digitais para tornar os dispositivos atrativos ao público adolescente, enquanto divulgam que os vapes seriam menos nocivos à saúde do que os cigarros convencionais.
Segundo Alison Commar, autora do relatório global, há uma “pesada exposição” de crianças à propaganda digital do tabaco, agravada pelo ambiente pouco regulado das redes sociais. “É muito difícil controlar esse tipo de publicidade”, alertou. Para ela, os vapes funcionam como “porta de entrada” para o tabaco ou como forma de manter o vício em nicotina à medida que os jovens envelhecem.
A OMS enfatiza que o avanço dos cigarros eletrônicos entre adolescentes pode comprometer décadas de políticas públicas voltadas à redução do tabagismo. O organismo pede que os países adotem medidas mais rígidas de regulamentação e fiscalização para conter a disseminação dos vapes, especialmente entre menores de idade. “Não podemos permitir que uma nova geração se torne dependente da nicotina sob o pretexto de redução de danos”, disse Krug. “É hora de agir com firmeza para proteger crianças e adolescentes desse risco emergente.”
Com informações do Terra






















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