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Apoio da Cresol e persistência de 20 anos torna equipe feminina de Constantina multicampeã

Treinar um time feminino para que elas se tornassem campeãs estaduais. Esse era o objetivo do jovem professor de Constantina, Rogério Berlezi, de 19 anos, que no ano 2000 acabava de se formar em Educação Física. Na época, a ideia era motivo de chacota entre os amigos e o professor teve de enfrentar, junto com o time, além das questões financeiras, dificuldades de igualdade de gênero e de inclusão feminina no futebol.

Rogério conta que inicialmente a equipe sofreu bastante. Porém, ao contrário do que pensavam e por meio de muita dedicação e disciplina, aos poucos as coisas passaram a funcionar. Em um determinado período, a administração pública disponibilizou as 20 horas de aula do professor, que estava alocado na escola São José, para que ele pudesse se dedicar à atividade de preparação física, contribuindo também com materiais e deslocamentos durante as disputas. Os treinos eram realizados em um ginásio, também cedido pelo município.

Apesar da ajuda, a equipe se deparava durante os campeonatos com custos de alimentação, inscrições e taxas de arbitragem, tendo dificuldades para bancar. Nesse início, algumas empresas locais e a Cresol, passaram a contribuir mensalmente com o projeto, apoiando-o para que tivesse continuidade.

O campeonato estadual foi conquistado em 2003, todavia essa não foi a maior conquista. O projeto que foi pensado inicialmente para ser um time campeão do Estado, transformou-se ao longo desse tempo na Escolinha de treinamento esportivo RF (Rogério e Fabiano) contribuindo, desde a sua criação, no desenvolvimento de mais de 800 meninas.

Atualmente a Escolinha atende cerca de 80 meninas, em 12 categorias com treinos de 2 a 4 vezes por semana, variando conforme a idade. “Com as meninas menores, a partir dos 6 anos, o objetivo é a recreação, ensiná-las a gostar do esporte. Não nos preocupamos com o resultado. Dos 12 anos em diante o foco muda, o objetivo já é a competição. Para o adulto, a cobrança é maior, é competir mesmo”, comenta Rogério.

O professor, que se especializou em treinamento esportivo, comenta também sobre algumas das competições que as equipes conquistaram e preserva, em uma sala especial, as mais de 400 taças conquistadas entre todas as categorias. “Em 2019 nos desafiamos a bater o recorde de troféus em um ano, ganhamos 35”, destaca.


A Escolinha, que hoje, 24 de fevereiro, completa 23 anos, sem dúvida é a maior campeã feminina da região. Porém, o professor ressalta que o intuito da RF, na sua essência, não é somente ensinar para as competições, mas preparar cidadãos. “Quando você está vestindo a camisa, você representa a equipe, então cobramos muito a responsabilidade, o compromisso com os horários e a disciplina, porque não basta ser boa atleta, precisa ser boa cidadã também. Por aqui passaram mais de 800 meninas. Destas, apenas duas se tornaram atletas profissionais de seleção, mas tenho certeza que todas se formaram cidadãs de bem”, salienta.


Sobre o apoio que recebeu no início faz questão de ressaltar. “Eu me emociono quando lembro da história. No começo tínhamos muita dificuldade, pensar no futebol feminino há 20 anos, era complicado. Recurso nem se fala, por isso a gente agradece a Cresol por ter nos dado essa oportunidade, nos apoiar e acreditar no projeto. Hoje, quando se é uma equipe multicampeã, que ganha praticamente todas as competições que disputa é mais fácil conseguir ajuda. A Cresol esteve com o projeto desde seu início e permanece até hoje, nos ajudando para que a ideia permaneça e avance”, ressalta Rogério.

Para o presidente da Cresol Noroeste, Bráulio Zatti, contribuir como cooperativa na construção de histórias como a da RF é um privilégio. “Para nós é uma alegria sem tamanho ver a construção desse projeto e ver como ele está hoje. Ser cooperativa é exatamente isso, apoiar as ações da comunidade, nesse caso o esporte, que é uma marca forte da Cresol e crescer juntos”, enfatiza.

Para o futuro, Rogério almeja seguir com os pés no chão, renovando e dando continuidade ao projeto. “Hoje vejo alunas que passaram por aqui e já estão ajudando, isso é gratificante, saber que o projeto não vai parar”, diz. Para finalizar, o professor evidencia o papel social da Escolinha. “Sempre digo pra elas: Vocês precisam gostar do que fazem, fazer o melhor com aquilo que vocês tem e ir melhorando, se aperfeiçoando, que esse é o foco. Não precisa ser melhor que o outro, mas cada dia ser melhor do que aquilo que você foi ontem”, conclui.





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