Aulas das redes pública e privada retornam a partir de 1º de junho com ensino à distância no RS

O governo do Rio Grande do Sul apresentou, na tarde da quarta-feira (27), o calendário de retomada da educação no estado após a suspensão das aulas presenciais em função da pandemia de coronavírus. As aulas das redes pública e privada devem reiniciar a partir de1º de junho no modelo de ensino à distância(EAD). Já o retorno presencial só deve acontecer a partir de julho.
A Secretaria Estadual da Educação apresentou as cinco etapas em que devem ocorrer a volta. Na primeira, o ensino remoto será feito com apoio da plataforma Google Classroom. A proposta é espelhar a escola no ambiente digital com a criação, apenas para a rede estadual, de 37 mil turmas virtuais.
De acordo com o governador Eduardo Leite, houve investimento na qualificação do sinal de internet e de equipamentos tecnológicos para atender os cerca de 2,75 milhões de estudantes no estado.
O Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) afirma que, assim que a portaria for publicada — o que deve ocorrer nesta sexta (29) —, realizará reunião com as instituições associadas para
análise da implementação das medidas. A recomendação é que as instituições sigam as determinações anunciadas e que, em junho, se dê continuidade ao ensino remoto, o qual já vem sendo oferecido pela rede privada desde março.
Na segunda etapa, que deve iniciar em 15 de junho, será permitida a volta do ensino superior, pós-graduações, ensino técnico e cursos livres, como escolas profissionalizantes, de idiomas, artes ou similares. Contudo, o retorno presencial é restrito às atividades práticas essenciais de conclusão do curso, pesquisa, estágio curricular obrigatório e atividades em laboratórios. Isto porque, somados, o governo estima que cerca de 141 mil estudantes desses segmentos voltem a circular, o que representa 5% do total de alunos do estado.
Protocolos conforme cor de bandeira
Mesmo assim, os protocolos de segurança devem ser obedecidos de acordo com a classificação das bandeiras de cada região. A secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, diz que será avaliado desde o transporte escolar até a chegada dos alunos às escolas.
Como o estado está apenas com as bandeiras amarela e laranja, as aulas desses segmentos devem respeitar o teto de 50% de ocupação das salas. Veja abaixo:
Obrigatório (todas as bandeiras e todas as instituições)
Teto de operação
Teto de ocupação de salas
Modo de operação
Horário de Funcionamento
Comitês Operacionais de Emergência em Saúde
Plano de contingência (escolas acima de 100 pessoas)
Uso de máscaras
Distanciamento entre as pessoas (1,5m com máscara e 2m sem máscara)
Afastamento de casos positivos
Atendimento especial a grupos de risco
Higienização (ambiente, trabalhadores e público)
EPI
Recomendável (variáveis por bandeiras)
Informativos visíveis
Monitoramento de temperaturas
Testagem
Aulas presenciais apenas em julho
As duas primeiras fases estão estipuladas. As três etapas seguintes, entretanto, ainda dependem da análise da propagação do coronavírus e da observação do aumento da circulação de pessoas em junho.
"A gente planeja algo gradual, porque a prioridade é a proteção à vida e à saúde das pessoas", diz o governador. "Cada momento pode ser antecipado, se a situação melhorar, ou postergado, se piorar. Vivemos ainda um quadro de incertezas no mundo inteiro", pontua.
O objetivo é priorizar o retorno da educação infantil a partir de 1º de julho. Nesta etapa, as cerca de 458 mil crianças poderão voltar à rotina escolar, em especial das 28,8% mais pobres que estão em creches e das 20,5% de baixa renda que dependem da estrutura de segurança e alimentação das pré-escolas.
Depois, devem retornar ao ensino presencial os estudantes de ensino fundamental, médio e de jovens e adultos. Também nesses casos, contudo, será necessário respeitar protocolos de segurança obrigatórios e recomendados.
"A cada 15 dias estaremos avaliando as próximas etapas", sublinha Faisal.
As datas não estão determinadas, mas devem acontecer entre 3 de agosto (liberando, em um cenário mais conservador, 21% dos alunos e, em um mais flexível, 38%) e 14 de setembro (a totalidade).