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Com Lula e Bolsonaro no segundo turno, serão 28 dias de tensão em um Brasil partido ao meio

As urnas deste domingo (2) mostraram que os institutos de pesquisas estavam errados ao apontar a possibilidade de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Lula chegou à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ficou distante de fazer metade mais um dos votos válidos. Excluídos brancos e nulos, Lula fez 48,2% dos votos e Bolsonaro 43,3%. Mesmo desidratados, Simone Tebet (MDB) com 4,18% e Ciro Gomes (PDT) com 3,05% impediram que a eleição se encerrasse neste domingo.


Com o Brasil partido ao meio, serão mais 28 dias de tensão, se a campanha reproduzir o nível de ataques exibido nos momentos derradeiros do primeiro turno. A impossibilidade de um diálogo civilizado entre partidários de Lula e de Bolsonaro indica que as forças de segurança precisarão ficar atentas para o risco de uma escalada da violência, maior temor de quem defende a democracia como território da disputa de ideias.


Como a maioria dos candidatos a presidente não saiu do chão, os dois que podem fazer a diferença são Ciro e Simone, que no primeiro turno atacaram os dois. O ex-governador do Ceará, que em 2018 foi para Paris e se recusou a fazer campanha para Fernando Haddad, retornou a tempo de votar e diz ter digitado 13 na urna eletrônica, mas o PT queria mais. Desta vez, atacado pelos petistas que clamaram por sua renúncia para evitar o segundo turno, Ciro entrará na campanha ou escolherá um destino turístico para descansar?


Simone também deixou claro que tem sérias restrições a Lula e Bolsonaro, e se for ao palanque do petista, como esperam os líderes do MDB que já estão com ele, será mais por rejeição ao presidente do que por acreditar nas virtudes do ex. Nada garante que uma palavra dos dois candidatos derrotados tenha impacto sobre os eleitores, cidadãos maduros que votaram neles porque não queriam Lula nem Bolsonaro e farão suas escolhas pelo critério do “menos pior”.


As pesquisas também erraram na projeção dos votos de Bolsonaro. Se é verdade que a votação de Lula ficou dentro da margem de erro do Ipec e do Datafolha, também é verdade que o percentual de Bolsonaro ficou bem abaixo do que os dois indicaram. Os institutos não conseguiram captar a força do bolsonarismo em São Paulo, onde erraram tanto na posição de Fernando Haddad (PT), que ficou em segundo lugar, atrás de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e não em primeiro, quanto na eleição do senador Marcos Pontes, o astronauta. Os institutos indicavam que o senador eleito seria Márcio França (PSB).



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