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Em busca de crescimento, Cotrijal planeja próximos anos


O mundo mudou. A pandemia de covid-19 impactou o dia a dia de bilhões de pessoas e, embora o avanço da vacinação tenha possibilitado a flexibilização de diversos protocolos preventivos, alguns hábitos construídos nos últimos meses e mudanças que foram implementadas na vida das pessoas devem permanecer. Neste cenário em transformação, o cooperativismo segue sua missão em busca de prosperidade.


As cooperativas não ficaram isentas dos problemas econômicos provocados pela pandemia. Mas, conforme o presidente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Márcio Lopes de Freitas, os cooperados pressionaram para que as atividades não parassem, o que abriu as portas para a inovação e novos mercados.


“A resiliência e a capacidade de resposta da forma de negócio cooperativo foram, assustadoramente, positivos. As pessoas se agregaram mais às cooperativas. Os índices de fidelização melhoraram. As cooperativas tiveram, forçadamente, que manter as atividades porque a base queria isso”, explica Freitas.


Apesar do medo inicial com a economia mundial, a crise provocou aumento do consumo global, o que mudou de patamar os preços das commodities agrícolas como forma de garantir o abastecimento, o que foi benéfico aos produtores rurais. Ao mesmo tempo, o distanciamento social forçou as pessoas a ficarem em casa e provocou uma reflexão sobre a forma como todos estão vivendo.


Freitas acredita que o mundo está passando por uma mudança de valores, o que exigirá uma economia mais participativa.


“O capitalismo selvagem, a qualquer custo, não está satisfazendo a sociedade. O socialismo puro e simples também não está realizando a felicidade das pessoas. Qual é o modelo em que a pessoa pode se aproximar de um processo mais justo, participativo e igualitário? O cooperativismo, mesmo sem uma propaganda direcionada a isso, vem se ajustando a essa demanda da sociedade. Isso ocorre no mundo inteiro”, reflete o presidente do Sistema OCB.

DEZ ANOS EM UM


O engenheiro agrônomo e professor Marcos Fava Neves, também conhecido como Doutor Agro, calcula que em pouco mais de um ano e meio a pandemia resultou em transformações que levariam cerca de uma década para se tornar realidade. Apesar do elevado custo humano e econômico, há mudanças positivas, como a eficiência administrativa, fortalecimento das atividades digitais, diminuição de custos e processos e melhorias nas comunicações.


Neste mundo em transformação, Neves aponta que o papel das cooperativas se torna essencial, tendo como principal objetivo a construção de margens e valor aos cooperados.


“As cooperativas são absolutamente fundamentais para manter o produtor em linha na ponta com o que está acontecendo. Se hoje você consegue gerenciar por metro quadrado as fazendas e não mais por hectare, quem tem que ajudar o produtor a fazer isso, principalmente, o pequeno e o médio, é a cooperativa”, salienta o Doutor Agro.


FALTA ESTRATÉGIA


Embora o cooperativismo tenha se sobressaído nas adversidades da pandemia, o Brasil como um todo segue submerso em quatro crises: econômica, sanitária, política e, agora, hídrica, uma vez que boa parte do país enfrenta a escassez de água.


“O Brasil poderia ter aproveitado mais esse período, ter pensado estrategicamente. Como vai estar o setor de saúde, agro, turismo e química daqui a 10 anos? Mas o país apresenta uma grande quantidade de conflitos internos que dificultam o planejamento de longo prazo para aproveitar as oportunidades”, argumenta Neves.


Para o jornalista e professor José Luiz Tejon, especialista em gestão de vendas e marketing do agronegócio, o Brasil sairá desta fase de fervura mais cooperativo e conciliador, com a consciência de que precisa de um planejamento estratégico.


“A política partidária, hoje, é movida pela eleição, pelo curto prazo, não serve aos interesses de médio e longo prazo. É necessário inteligência nessa relação. O momento, hoje, está extremamente polarizado, com ódio e raiva. Entendo que isso vai passar porque a cultura brasileira tende a ser de conciliação”, afirma Tejon.


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