Cientistas da Universidade de Cambridge descobriram que um medicamento aprovado para o tratamento do HIV pode ser eficaz no tratamento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Huntington e a demência. Os pesquisadores identificaram a dificuldade que o cérebro tem para eliminar proteínas tóxicas, que se acumulam levando à perda de células cerebrais e ao declínio cognitivo. Os testes foram realizados em camundongos, e o medicamento, chamado Maraviroc, inibiu o interruptor CCR5, que prejudica o processo de autofagia, permitindo o acúmulo de toxinas no cérebro.
Os camundongos com doença de Huntington e outros quadros demenciais submetidos ao tratamento com Maraviroc apresentaram redução significativa dos agregados da proteína tóxica huntingtina quando comparados aos que não haviam sido tratados. Nos camundongos com demência, a droga reduziu a quantidade de agregados da proteína tau e também retardou a perda de células cerebrais. O medicamento também retardou a perda de memória em um teste de reconhecimento de objetos.
Os pesquisadores perceberam que a micróglia, uma célula imunológica que protege o cérebro e o sistema nervoso, atua de forma prejudicial em quem sofre de doenças que causam demência, ativando o interruptor CCR5 na superfície das células. O medicamento Maraviroc inibe esse interruptor, permitindo o processo de autofagia e evitando o acúmulo de toxinas no cérebro. A descoberta abre caminho para pesquisas futuras, inclusive em humanos, afirma o autor do trabalho.
Fonte: Portal R7
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