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Morte súbita tira a vida de 250 mil a 300 mil pessoas por ano no Brasil

A morte súbita é aquela inesperada, que ocorre até uma hora após o início dos sintomas, podendo ser instantânea. Estima-se que faça 250 mil a 300 mil vítimas por ano no Brasil, um número maior que a soma das mortes por câncer de mama, doenças pulmonares e acidentes. O risco aumenta com a idade e é mais elevado em homens.


A morte súbita é causada por uma parada cardíaca, quando, devido a uma arritmia grave, o coração repentinamente interrompe o bombeamento de sangue para o cérebro, pulmões e demais órgãos. A vítima sofre um colapso, para de respirar e seu pulso não pode ser encontrado.


Quanto antes a situação for reconhecida e tratada, maior é a chance de sobrevivência. Infelizmente, porém, menos de 10% das pessoas sobrevivem a uma parada cardíaca. Portanto, é fundamental prevenir suas causas potenciais.

Causas e mecanismos

Em 80% dos casos, a parada cardíaca está relacionada à doença coronariana, em que uma placa de colesterol se forma nas artérias do coração, um processo chamado de aterosclerose. A placa pode comprometer o fluxo de sangue quando há maior demanda (exercício e stress emocional) ou quando se forma um trombo obstrutivo, como durante um infarto. A diminuição do fluxo sanguíneo pode desencadear uma arritmia.

Em pessoas com menos de 40 anos, prevalecem causas genéticas, como miocardiopatia hipertrófica e síndrome do QT longo. São doenças caracterizadas por um defeito no músculo cardíaco e/ou na conexão elétrica entre as células do coração.

Grupos de risco

Pacientes com as seguintes condições tem maior chance de sofrer uma parada cardíaca:

  • Doença coronariana

  • Arritmias cardíacas

  • Doenças do músculo cardíaco (miocardiopatias)

  • Insuficiência cardíaca

Sinais de alerta

Sintomas de dor no peito, falta de ar, palpitações (sensação do coração bater irregular ou acelerado) e desmaios são sinais de doença cardíaca e devem ser avaliados por um cardiologista. Em ao redor de 10% das vezes, contudo, a morte súbita é a primeira manifestação da doença, tornando a prevenção e os exames de rotina fundamentais. Como diminuir o risco?

1) Combate aos fatores de riscos para aterosclerose: hipertensão, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo. Alimentação saudável, exercício e acompanhamento periódico são a base da prevenção.

2) Procurar atendimento se houver sintomas.

3) Quando a doença é avançada, podem ser indicadas medicações específicas, procedimento de ablação por cateter para eliminar os focos de arritmias e/ou implante de cardiofesfibrilador para detectar e reverter arritmias fatais de forma automática.

Como agir diante de uma parada cardíaca?

Se executadas de forma rápida e correta, as manobras de reanimação aumentam a chance de recuperação e diminuem o risco de sequelas. Veja o passo a passo do que fazer: Segurança: verifique se o ambiente é seguro antes de iniciar manobras de reanimação. Responsividade: coloque uma mão em cada ombro da vítima e pergunte três vezes: “você está me ouvindo?”.

Ajuda: se a vítima não responder, solicite auxílio e entre em contato com o SAMU (192). Um desfibrilador automático deve ser buscado se estiver disponível.

Respiração: por até 10 segundos, verifique se a vítima está respirando adequadamente. Massagem cardíaca: ajoelhe-se ao lado da vítima e coloque os braços estendidos, com os dedos entrelaçados, no centro do tórax dela.

Usando o peso do corpo, faça compressões rápidas e fortes (a profundidade deve ser de pelo menos 5cm), em uma frequência 100 a 120 vezes por minuto.

Mantenha a reanimação até a chegada de ajuda profissional ou a recuperação da vítima. (*) Cardiologista do Instituto de Cardiologia, especialista em arritmias cardíacas pela


Universidade de Montreal

(**) Cardiologista do Instituto de Cardiologia, livre docente pela UFRGS, membro titular da Academia Nacional de Medicina e da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina.


Fonte: GZH

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