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“Muitas vezes a gente vê a situação de Manaus e acha distante”



Nos últimos dias, a cada boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura Municipal de Passo Fundo, podemos observar um grande aumento em todos os números da pandemia do novo Coronavírus. Além de óbitos, o número de internações, casos em análise e ativos apontam um sério problema no controle do contágio da Covid-19.


Exemplo disso é a situação que vive o Hospital de Clínicas de Passo Fundo que vê seu espaço físico e equipes cada vez mais esgotados. Em entrevista à reportagem, o administrador do HC, Luciney Bohrer, descreve o momento preocupante vivenciado.


“Nós hoje estamos com leitos extras atendendo aos pacientes Covid. Em termos de UTI nós temos 23 leitos todos ocupados. A estrutura que a gente tinha já está sendo esgotada e no futuro talvez teremos que tomar atitudes extremas, como pacientes na emergência do hospital e outras áreas serão colocadas à disposição pra atender a demanda”, desabafa.


Luciney descreve que o perfil do paciente mudou neste período – antes os registros de internações eram muito maiores na população idosa ou com doenças preexistentes. “Hoje vemos pacientes com idades diferentes do que víamos no meio do ano passado, atualmente temos também pacientes mais jovens com ou sem comorbidades”, aponta.


Além disso, o administrador do HC ressalta o esgotamento físico e mental dos profissionais da saúde. “Não adianta questionar se é bandeira preta ou vermelha, a bandeira é só um sinal, o que vai ser decisivo é a conscientização das pessoas. Se cada um fizesse o seu papel nós não estaríamos na situação que estamos hoje. Muitas vezes a gente vê a situação de Manaus e acha distante e isso pode estar batendo na nossa porta”, diz.


Outro ponto que ele destaca é que, vai chegar um momento em que não adiantará diversas frentes lutarem pela abertura de novos leitos. “Por mais que tenha o trabalho do governo federal, estadual e municipal na ampliação de leitos, está chegando o momento que não temos pessoas pra poder atender os pacientes”, expressa.


A solução para tentar frear o aumento de contágio e internações, para Luciney, está nas mãos da população ao seguir as regras de distanciamento, fazer o uso de máscara e álcool em gel. “A população precisa ter responsabilidade social, senão nós teremos vidas ceifadas sem necessidade. Por irresponsabilidade de alguns inocentes acabarão morrendo”, finaliza Luciney.

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