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Natura anuncia compra da Avon e passa a ser o 4º maior grupo de beleza do mundo

Folhapress/Júlia Moura/GaúchaZH


A Natura anunciou, nesta quarta-feira (22), a compra das operações da empresa americana de produtos de beleza Avon. Combinadas, as duas empresas formam o quarto maior grupo exclusivo de beleza no mundo, informaram em comunicado nesta quarta-feira (22). Com o anúncio, os papéis da companhia brasileira subiram 9,43% durante o dia.

O negócio será feito por meio de compra de ações. Com a aquisição, a Natura passa a ter faturamento anual de R$ 10 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões), mais de 40 mil colaboradores e presença em cem países.


A companhia espera que a combinação dos negócios resulte em sinergias estimadas entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões anuais que serão parcialmente reinvestidos na companhia para aumentar sua participação nos canais digitais e mídias sociais, em pesquisa e desenvolvimento, iniciativas de marca e expansão da presença geográfica do grupo.


Segundo disse em nota para a imprensa Roberto Marques, presidente executivo do Conselho da Natura, a aquisição significa um passo para construir um grupo global e multimarcas.


"Juntos, aprimoraremos nossas crescentes capacidades digitais, nossa rede social de Consultoras e Representantes e alavancaremos nossa presença global de lojas e marcas diferenciadas, conectando e influenciando milhões de consumidores com diferentes perfis diariamente, tornando nosso grupo único."


Mirando essa internacionalização, a Natura já havia adquirido as marcas internacionais Aesop, em 2013, e The Body Shop, em 2017.


Segundo dados da consultoria Euromonitor, a Natura é a maior empresa em participação de seu segmento de mercado no Brasil, com 11,9% das vendas do setor de beleza e cuidados pessoais. A Avon ocupa a 7ª posição, com 4,7% das vendas.


Globalmente, Natura tem 1,4% do mercado e Avon 1,2%, informa a consultoria.


Segundo a Euromonitor, em termos de participação de mercado, o setor é liderado pela francesa L'Oréal, seguida pela Procter & Gamble e pela Unilever. 


Analistas aprovam troca de ações


 O receio de investidores era de que a compra poderia comprometer a dívida da companhia brasileira. Ao fim de 2018, o déficit da companhia era de 2,71 vezes o Ebitda.  


— O modelo de transação por ações pode gerar bastante valor por não ter alavancagem financeira. Nas outras aquisições, a Natura teve solavancos no caixa porque desembolsou grandes valores —afirma Luis Gustavo Pereira, estrategista-chefe da Guide Investimentos.


— O negócio só poderia ser melhor se a compra da Avon fosse mais barata e o dólar estivesse mais baixo — diz Pereira. Nesta sexta, o dólar está cotado a R$ 4,04.


— A Avon passou por tempos difíceis em todos os seus principais mercados e pode precisar de investimentos para revitalizar suas operações em todo o mundo, ao mesmo tempo em que a Natura têm que manter o seu plano de reestruturação em curso para a marca The Body Shop — afirma Henara Matache, analista do Brasil Plural. 


Neste ano, a Natura adquiriu a operação da inglesa The Body Shop na América Latina. 

Apesar disso, Matache afirmou em nota a clientes que as sinergias que podem resultar da combinação das duas empresas "devem superar o lado negativo dos investimentos necessários e contribuir diretamente com o objetivo maior da companhia de se tornar uma marca verdadeiramente global".


Valores da transação


Os acionistas da Natura ficarão com 76% da companhia combinada — Natura Holding, formada após a transação — enquanto os acionistas da Avon terão aproximadamente 24%.  Com base nos preços de fechamento de 21 de maio, a transação avalia o valor da Avon em US$ 3,7 bilhões — R$ 14,9 bilhões, de acordo com a cotação do dia.


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