A Corrida para Vencer o Diabetes chega a sua 25ª edição no dia 24 de setembro. A partir das 10h, uma grande celebração em torno da causa deve reunir milhares no Parcão, em Porto Alegre. Além de comemorar os 25 anos do Instituto da Criança com Diabetes (ICD), este ano a proposta é uma campanha voltada para o ESG (Environmental, Social and Governance). Por conta disso, as camisetas são ecológicas, feitas de fibra de garrafas pet recicladas e algodão cem processamento.
A iniciativa é um diferencial nas corridas de rua da Capital, já que a camiseta é livre da química utilizada para o tingimento. Cada peça economiza cerca de 6,3 litros de água e reduz em até 40% o consumo de energia para a produção. “Quem comprar a camiseta ajudará a causa do diabetes na criança e no jovem, mas colabora também com as próximas gerações. Nossa meta é comercializar 10 mil camisetas, arrecadando recursos para os nossos projetos e retirando uma tonelada de plástico do meio ambiente ao mesmo tempo”, ressalta a gerente executiva do instituto, Ana Bertuol.
Desde sua fundação, em 1998, o ICD tornou-se referência internacional no cuidado e assistência a crianças e jovens com Diabetes Tipo 1, e depois de 15 anos de efetivo funcionamento, foi certificado pela International Diabetes Federation (IDF) como Centro de Excelência em Cuidados com o Diabetes.
Atualmente, acompanha mais de 4,7 mil crianças e jovens com diabetes, dependentes de insulina, o que significa 50% de toda a demanda do Estado, de forma totalmente gratuita, através do SUS e já realizou mais de 400 mil atendimentos.
Além de chamar a atenção para o diabetes, uma doença crônica e sistêmica e ainda bastante desconhecida, a proposta é que as camisetas da 25ª Corrida para Vencer o Diabetes criem uma onda de responsabilidade socioambiental. “Uma garrafa pet descartada de forma inadequada leva em torno de 400 anos para se decompor no meio ambiente. Duas garrafas de dois litros recicladas dão vida a uma camiseta, que agora ganha um novo sentido, estampando uma grande causa, gerando camisetas 20% mais leves com longo tempo de duração e recursos para os vários programas do ICD, entre eles a compra de insulinas, canetas, seringas que significa vida para quem tem Diabetes Tipo 1, a forma mais agressiva do Diabetes que exige uma mudança de hábitos e envolvimento da família para o resto da vida”, ressalta Ana.
A corrida é participativa e não competitiva. Para participar, basta adquirir a camiseta site www.icdrs.org.br/corrida e retirar em uma das unidades da Panvel Farmácias, no dia do evento no Parcão ou na sede do Instituto (Rua Álvares Cabral, 529, bairro Cristo Redentor – Porto Alegre). Mais informações estão disponíveis pelo WhatsApp +55 51 98168-1654.
SOBRE O DIABETES
O Diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. A insulina, por sua vez, é uma substância química (hormônio) produzida pelo pâncreas, um órgão localizado no abdômen, logo atrás do estômago. Isso acontece por engano, porque o organismo as identifica como corpos estranhos.
A doença não tem cura até o momento e surge quando o organismo deixa de produzir insulina (ou produz apenas uma quantidade muito pequena). Quando isso acontece, é preciso fazer uso de insulina para viver e se manter saudável. As crianças precisam de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar pois sem insulina a glicose não consegue chegar até às células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia. As altas taxas de glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração.
Estima-se que no Rio Grande do Sul existam ao menos 9 mil pessoas entre zero e 20 anos que convivem com a situação de uma doença crônica e sem cura que é o Diabetes. Desde muito cedo, a maioria delas precisa picar a ponta do dedo e tirar gotas de sangue para medir o nível de glicose no sangue e aplicar várias injeções de insulinas por dia para viver.
SOBRE O INSTITUTO
Localizado em Porto Alegre/RS, o Instituto da Criança com Diabetes (ICD) acompanha gratuitamente mais de 4,7 mil crianças e jovens com diabetes tipo 1 (DM1). Todos são dependentes de insulina, a forma mais grave e complexa da doença. Atualmente, o ICD registra o índice de 94% de redução de internação hospitalar dos pacientes, fruto do trabalho realizado ao longo desses anos, aliado ao Programa de Educação Continuada em Diabetes.
O trabalho do Instituto é focado no acolhimento e na prevenção das complicações decorrentes da doença, através da educação, acesso a tratamento, novas tecnologias e assistência social extensiva aos familiares e/ou cuidadores, que igualmente necessitam envolver-se no tratamento de seus filhos. A assistência interdisciplinar é feita por uma equipe formada por endocrinologistas, nefrologistas, oftalmologistas, psiquiatra, enfermeiras, nutricionistas, psicóloga, dentistas, assistentes sociais e educador físico.
A faixa etária atendida pelo ICD é, como porta de entrada, de 0 a 20 anos. Isto porque a maioria dos casos de diabetes tipo 1 (insulino-dependente), ocorre nesta faixa. Entretanto, como as complicações começam a acontecer, em geral, após 10 anos de duração da doença e sabendo-se que, após 25 anos de diabetes, o paciente livre de nefropatia (insuficiência renal) dificilmente a apresentará.
Ao mesmo tempo que atende as crianças e jovens oferece suporte às famílias que, igualmente, devem envolver-se neste processo, uma vez que o diabetes é conhecido como a doença das 24 horas, pois é este o tempo diário que ela exige de atenção para ser controlada.
Comments