A Polícia Civil agiu em resposta a acusações de tortura e cárcere privado, prendendo em flagrante dois homens que trabalhavam em uma clínica particular para dependentes de álcool e outras drogas em Tramandaí, no Litoral Norte gaúcho. No momento da prisão, 51 pacientes estavam presentes na clínica, a maioria exibindo sinais de ferimentos na face e em outras partes do corpo.
A situação veio à tona no sábado (13), quando a Brigada Militar foi chamada por monitores da instituição para dispersar um protesto em frente ao local, envolvendo cerca de 20 pessoas, incluindo familiares e amigos de um interno falecido em setembro do ano passado devido a uma overdose medicamentosa.
Ao adentrarem o estabelecimento, os policiais se depararam com uma realidade desumana. Pacientes relataram rotinas de espancamentos, confinamento prolongado em quartos trancados, proibição de contato com familiares, e queixas sobre alimentação inadequada, entre outras condições adversas.
As funções específicas dos dois indivíduos presos no centro de reabilitação não foram detalhadas. Após depoimento, ambos foram encaminhados à Penitenciária Modulada Estadual de Osório, também no Litoral Norte. Até o momento, o estabelecimento não foi interditado.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) está acompanhando o caso, mas ainda não emitiu uma declaração oficial até a noite desta segunda-feira (15).
Cabe destacar que, em outubro do ano passado, a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Tramandaí realizou uma visita à instituição após denúncias. Na ocasião, os parlamentares não identificaram irregularidades, posando para fotos ao lado dos funcionários da clínica e declarando que o estabelecimento estava em conformidade com todas as normas legais aplicáveis.
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