Com uma produção estimada em mais de 20 milhões de toneladas de soja, o Rio Grande do Sul deverá recuperar parte das perdas provocadas pela estiagem passada, segundo dados preliminares da Safra de Grãos de Verão 2022/2023 no RS apresentados pela Emater/RS-Ascar nesta terça-feira (30/8). As estimativas resultam de pesquisa lançada em café da manhã com a imprensa no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, com a presença do secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Velho Lopes, e do presidente do Conselho Técnico Administrativo da Emater/RS-Ascar, Paulo Roberto da Silva.
Conforme a pesquisa realizada em 484 (99,9%) dos 497 municípios gaúchos, a safra da soja estimada em 20.563.989 toneladas representa 124,41% a mais do que a safra anterior, que foi de 9.163.740 toneladas, projetando uma produtividade de 3.131 kg/ha, ou 112,68% maior do que a média de rendimento na safra passada, de 1.472 kg/ha. Ainda sobre a soja, principal grão de verão produzido no RS, a área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares, 2,83% maior do que a safra anterior (6.387.985 ha). “Como a metade Norte do Estado tem a soja com um potencial mais consistente, percebemos que a cultura está avançando para a Metade Sul, necessitando de um manejo mais profissional, mas o resultado projetado é espetacular”, avaliou o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri.
A safra aguardada para a cultura do milho também projeta boa recuperação para os produtores e para a economia gaúcha. De acordo com a estimativa inicial apresentada pela Emater/RS-Ascar, o milho deverá alcançar uma produção de 6.102.815 toneladas, ou seja, 104,54% superior à da safra passada (2.983.634 ton), a serem cultivadas numa área de 831.786 hectares, 5,91% acima da safra anterior (785.335 ha). Com isso, a produtividade média prevista será de 7.337 kg/ha, representando 90,47% a mais do que a obtida na safra passada (3.852 kg/ha).
No milho silagem, a produção esperada para a safra 2022/23 é de 13.835.615, ou seja 78,06% a mais do que a safra anterior (7.770.047). Apesar da área diminuir 8,31%, passando de 398.587 hectares para 365.467 hectares, a produtividade estimada para esta safra é de 37.857 kg/ha, ou seja, 93,01% superior aos 19.614 kg/ha de rendimento do milho silagem na safra passada.
Já a safra de arroz projeta uma redução de área de 9,9%, passando de 957.185 hectares (safra 2021/2022) para 862.498 hectares – estimativa inicial do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) para 2022/2023). Isso vai fazer com que o RS tenha, para a próxima safra de verão (2022/2023), uma produção de 7.094.909 toneladas de arroz (a safra 2021/2022 foi de 7.708.517 toneladas) e uma produtividade média de 8.226 kg/ha, portanto, menor do que a obtida na safra anterior, de 8.315 kg/ha.
Para o feijão 1ª safra, a Emater/RS-Ascar projeta uma redução de 4,56% da área a ser cultivada, totalizando, para a safra de verão, 30.561 hectares no RS (na safra passada foram cultivados 32.020 hectares). A produção estimada de feijão é de 51.985 toneladas (42.188 toneladas na safra 2021/2022), e a produtividade para a safra 2022/2023 é de 1.701 kg/ha, sendo 28,19% maior do que a da safra anterior, que foi de 1.327 kg de feijão por hectare. “Com o avanço da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), as culturas de verão, como o feijão, têm que estar fortalecidas no sistema de produção do Estado”, disse Rugeri.
No total de grãos a serem cultivados no RS para a safra 2022/2023, a Emater/RS-Ascar e o Irga estimam uma produção de 33.813.698 toneladas, o que representa um aumento de 69,93%, se comparada com a safra anterior 2021/2022, que foi de 19.898.079 toneladas. Na área a ser cultivada com os grãos de verão, as estimativas indicam o total preliminar de 8.293.457 hectares, ou 1,6% acima da área cultivada na safra passada, que foi de 8.162.525 hectares.
Prognóstico climático trimestral
Antes da apresentação das estimativas iniciais da safra de verão 2022/2023, o meteorologista da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Flávio Varone, ressaltou a tendência de o Rio Grande do Sul ter uma primavera amena, dentro da normalidade, com declínio do fenômeno La Niña, à medida que se aproxima o verão.
Segundo o meteorologista, o inverno se mantém típico, mais úmido, e os meses de setembro e novembro têm condições de chuva dentro da normalidade para a época, assim como em outubro, “quando teremos a sensação de que o inverno ainda não passou, com noites mais frias”, disse Varone, ao antecipar como previsão para o verão a ocorrência de estiagens curtas e regionalizadas.
Texto: Ascom Emater/RS-Ascar Edição: Secom
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