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Prazo para conclusão das melhorias na ERS 142 não deverá ser cumprido


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– Nós certamente entregaremos a obra dentro do prazo – afirmava o secretário estadual de Logística e Transportes do RS, Juvir Costella, no dia 11 de março deste ano, em entrevista, durante solenidade de assinatura do contrato para o início dos trabalhos de melhorias na ERS 142. O ato ocorreu no primeiro dia da 20ª Expodireto Cotrijal.


No evento, além do titular da pasta dos transportes, também assinaram o contrato o representante da empresa vencedora da licitação, a MAC Engenharia, e o governador Eduardo Leite. O prazo inicialmente previsto para as obras serem concluídas era de três meses, a contar do começo de março.


Claramente considerado arrojado demais, o prazo para a realização das diversas intervenções na rodovia (que além de todo o recapeamento do asfalto nos cerca de 20 quilômetros entre Carazinho e Não-Me-Toque ainda conta com a ampliação da largura da via com a implantação de acostamento e, em sete locais, a construção de terceiras faixas), de fato, não deverá ser cumprido, devido aos dias recentes de instabilidade climática, que obrigaram os cerca de 60 trabalhadores que atuam nas melhorias da via a reduzirem o ritmo.


Aliado a isso, soma-se o fato de que 80% do prazo inicialmente estipulado para conclusão dos trabalhos já passou, sendo que as obras avançaram sobre um trecho de apenas oito quilômetros, dos aproximadamente 20 quilômetros que precisam ser recuperados. Além disso, mesmo nos oito quilômetros em obras, nenhum ponto está totalmente concluído ainda. Nesse cenário, será impossível os trabalhos serem finalizados dentro dos próximos 15 dias.


Prazo apertado é decorrente da origem dos recursos


O curto prazo para a conclusão das obras na ERS 142 deve-se à origem do investimento de R$ 20 milhões, previstos para serem aplicados na rodovia. O montante é parte de um financiamento adquirido pelo Executivo estadual ainda na gestão passada, de José Ivo Sartori. Na ocasião, foram contratados pouco mais de R$ 130 milhões junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).


O valor, em sua origem, estava previsto para ser aplicado na reforma de mais de 800 escolas pelo estado. Porém, devido à burocracia estatal e a atrasos, apenas metade dos educandários tiveram suas estruturas recuperadas. Ao assumir a gestão neste ano, a equipe de governo de Eduardo Leite, vendo que o montante financiado estava chegando ao seu prazo limite para ser utilizado, decidiu alterar o destino dos recursos, aplicando a verba em melhorias de rodovias, consideradas de trâmite e execução mais rápidos.


Entre as vias que receberam parte dos recursos, esteve a ERS 142. Mas, mesmo com a mudança do destino da verba e com o prazo final (definido em 31 de maio) se avizinhando sem projeção de conclusão dos trabalhos na via, o valor precisará ser devolvido ao Bird.


Com isso, fica o receio de mais uma obra estadual ter início, mas não fim, indo na contramão da expectativa de toda a comunidade regional, como destaca o prefeito de Não-Me-Toque, Pedro Paulo Falcão da Rosa.


– Quando o nosso governador nos disse que iria fazer esta reestruturação ele até colocou um prazo, que seria até o fim de maio, quando a obra deveria estar pronta e sendo entregue para a comunidade regional. Mas isso não está acontecendo. Os trabalhos estão sendo feitos de forma muito devagar. Nós temos acompanhado a situação, mas muito mais como espectador do que fazendo cobranças, pois muito poucas informações chegam ao meu gabinete sobre a realização dessa obra. Mas, o que se vê é que vai ser impossível ela ser concluída dentro do prazo divulgado no início dos trabalhos, pois são muitas ações que ainda precisam ser feitas e por um longo trecho – declara o prefeito não-me-toquense. Contatado pelo Diário, o prefeito de Carazinho Milton Schmitz não quis comentar o assunto.


Daer garante continuidade


Apesar da necessidade de, possivelmente, o valor precisar ser devolvido, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) afirma que as obras na ERS 142 terão prosseguimento com recursos próprios do Tesouro do Estado.


– As chuvas das últimas semanas podem acarretar na alteração do cronograma de obras, fazendo com que a conclusão ocorra após o prazo inicial, de maio. Se isso ocorrer, os recursos para prosseguir com os serviços serão do Tesouro do Estado – declara a nota enviada pela assessoria de imprensa do Daer.


O secretário Juvir Costella reforça que a equipe de governo irá trabalhar para prosseguir com as obras. De acordo com Costella, tanto o governo do Estado quanto a empresa responsável pelos trabalhos estão cientes do fim do prazo. “Os últimos dias chuvosos atrapalharam a sequência das obras e a empresa não pode aumentar o ritmo mais do que o atual, pois se o fizer, irá interferir demais no tráfego da via, que precisa ser mantido”, afirma o secretário.




Fonte: Diário da Manhã

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